No início do mês de novembro, quando fui ao supermercado fazer as compras para casa, comprei um desodorante.
  Aquela coisa bem básica, um roll on sem perfume – pra não ficar brigando com a colônia que eu resolva usar – e promete duração por 24 horas. 
  E seria ótimo se o bonitinho em questão cumprisse de fato o que prometia. Imagina que quando fui usá-lo, ele simplesmente não funcionou, ou seja: o roll on não rolou. E o pior de tudo: quando fui insistir acabei irritando as axilas, e o que de fato também acabou me irritando. 
  Larguei o produto de lado e esqueci. 
  Até que em meados de dezembro, vi o bichinho lá, totalmente rejeitado e resolvi deixá-lo de ponta-cabeça pra ver se funcionava. E nada. 
  Tentei força-lo com os dedos, e neca. Em último caso, mandinga, mas também não adiantou. 
  Ok, pode me chamar de pão dura, mas não tive coragem de jogar o desodorante fora. Afinal gastei dinheiro com ele, oras. 
  Examinando a embalagem, resolvi entrar em contato com o fabricante. Minha filha acessou o site da marca e enviou um email para o setor de reclamações, e adivinhe. Em poucas horas, recebemos um telefonema do setor de atendimento do consumidor da marca. 
  Falando com a atendente, que foi muito atenciosa (coisa rara hoje em dia), descrevemos o problema em detalhes, além do número do lote e lugar onde a compra foi feita. Obtivemos a promessa de reposição do produto e o pedido para que enviássemos o que estava com defeito, mediante postagem gratuita para que fosse encaminhado a análise. 
  E em alguns dias, ou vários já que era fim de ano e os dias úteis não são tão úteis assim, recebemos pelos Correios um produto novo, funcionando perfeitamente (e bem até demais), além de um esmalte de brinde. E, cumprido o trato, enviei o desodorante da discórdia para análise. 
  
 
  Vale a pena usar os direitos de consumidor. Eu usei os meus direitos por um produto que muitos talvez deixassem pra lá, dizendo que pelo pouco preço não valeria a pena um provável desgaste. Não me estressei, fui muito bem atendida e de quebra, posso ter ajudado a marca a identificar falhas em seu serviço. 
  Eles não adivinham que produtos de certo lote possam estar com problemas seja na fábrica ou no transporte, a menos que o cliente informe sobre eventuais defeitos. 
  Não importa o preço do produto em questão. Faça o seu direito de consumidor valer a pena.